A ciência e a tecnologia da comunicação produzem invenções cada vez mais sofisticadas e presentes nas nossas vidas. Portanto uma escola que vise gerar movimento na educação não poderia furtar-se à inclusão dessas tecnologias. Esta inserção é justificável pela sua forte presença no nosso cotidiano, tornando-se necessária a sua utilização pelas mudanças significativas que traz ao ambiente escolar. Elas interferem no nosso aprendizado, processos cognitivos, apreensões e percepções do mundo, vindo dessa forma a dinamizar o ensino e promover a aprendizagem tanto de alunos como de professores.
Uma das principais preocupações da educação que diz respeito ao processo de construção de conhecimento que hoje não se dá disssociado da interação com as tecnologias. Em relação a este aspecto cabe recorrer às pesquisas de Clark (2001) sobre a influência da tecnologia na aprendizagem, que defende a posição de que a simples presença da tecnologia no processo não influencia a construção do conhecimento, uma vez que ela é mero veículo de "transporte" das informações. Essa idéia é fundamentada em meta-análises de pesquisas que comparam o uso das tecnologias, no processo educativo. Kozma, (em Clark, 2001) contra argumenta a idéia do Clark afirmando que não é a tecnologia em si que causa a aprendizagem mas a maneira como o professor e os alunos interagem com ela. As potencialidades de uma dada tecnologia em combinação com os processos de construção de conhecimentos desencadeados, influenciam a maneira como os alunos se apropriam e processam a informação. Quando diferentes tecnologias são comparadas e utilizadas com determinados alunos e atividades específicas, podem resultar em aprendizagens diferenciadas.
A fundamentação teórica que apóia este ponto de vista pressupõe uma interação ativa do aluno com a tecnologia para construir seu conhecimento. Neste caso, a tecnologia atua como um dos componentes deste processo e não como foco, elemento principal. Sob esta ótica teórica, a integração da tecnologia no processo educativo é vista como um processo ativo, construtivo, onde o aluno gerencia estrategicamente os recursos disponíveis para criar novo conhecimento, mediante extração de informações do meio ambiente e as integrando com os conhecimentos já incorporados ao seu saber. É preciso também considerar o contexto pedagógico, social e as maneiras como as tecnologias são integradas a eles, porque elas podem ter um grande impacto na maneira como as pessoas pensam e aprendem, podendo inclusive não interferir no processo de aprendizagem.